A origem do medo?
O maior medo é ter medo de sentir medo. A sabedoria está em aprender a lidar com os medos pois são forças instintivas com o objetivo de nos proteger diante do abandono, do enfrentamento, da perda e da morte.
Nesse artigo você entenderá a origem dos medos e quais as armas que temos para enfrentar-los.
Medos Primários
São denominados os medos primários e são sagrados porque contribuem com a nossa evolução. Por exemplo o medo do abandono nos faz cuidar das nossas relações sendo carinhoso para que o outro nos aceite e nos queira por perto.
O medo de perder nos faz mais cuidadosos, mais prudentes, mais econômicos em administrar as posses e o prestígio e até os recursos naturais, sendo mais parcimoniosos em usar a água, a terra e o ar.
O medo de enfrentar faz com que a gente se prepare mais para uma reunião, para um encontro e também para enfrentar nossas sombras. É desafiador saber que não é o outro o culpado do nosso aborrecimento e sim as sombras: o próprio orgulho, rigidez, radicalismo, egoísmo, prepotência. E enfrentar a dor das nossas debilidades que estão no inconsciente é trazer a luz para aquilo que não queremos ver.
Negar as sombras é um suicídio inconsciente que leva a intranquilidade, falta de paz de espírito, por não querer escutar a voz profunda, o chamado da consciência.
Isto porque temos um medo inconsciente de reconhecer as nossas debilidades e também um medo de resgatar nossos potenciais de generosidade, de fraternidade e outras virtudes. Porque quando for fraterno realmente, como irei agir? Esta nova maneira de ser, amedronta.
Steve Pressfield diz que um dos nossos medos inconscientes é o medo de ser bom, pois a bondade exige uma mudança estrutural em nossas vidas.
E por último temos o medo de morrer e assim cuidamos do corpo, da saúde, temos atenção ao atravessar a rua. O medo é paralisante quando o colocamos na frente, mas nossa frente, mas excelente quando vem atrás nos impulsionando.
Medos, fobias e o desconhecido
Fazendo um retrospecto, na história da humanidade, a absoluta falta de conhecimento, faz com que o medo vença a capacidade de realização e a vida torna-se pequena, banal e sem sentido. O medo enfraquece e manipula. Se quer dominar uma pessoa, inculta o medo e ela irá se dobrará diante de você.
A lista de medos é infindável.
Medo de elevador, de ficar em lugares fechados, medo do amanhã, de mudar de cidade, de perder bens materiais, de perder a família, o prestígio, o poder, medo da pobreza, da crítica, da doença, meda da velhice, medo da perda da liberdade.
Qual é o seu medo?
Os piores medos são os desconhecidos que estão no inconsciente atrapalhando a evolução, tais como o medo do fracasso. E nesse momento é importante questionar se o fracasso é em relação a expectativa dos outros. Será que é tão importante atender os parâmetros que a sociedade considera como sucesso?
As vezes se valoriza tanto o “parecer ter sucesso” que se deixa de lado o que é a realização plena, os sonhos e os ideais. Atender as exigências dos padrões externos é um caminho para sentir o quando é gigante o medo do fracasso, pois a expectativa do outro é sempre maior do que se possa realizar.
Existe o Fracasso?
Segundo a PNL (Programação Neurolinguística), existe somente resultados. Afinal somos falíveis e estamos aqui para aprender a viver e viver é aprender com as falhas.
É doentio querer cobrar a perfeição. Perfeição é de outra dimensão que transcende a condição humana. O equívoco é uma oportunidade de experimentar diversas maneiras de conseguir algo. A vida é um aprendizado de erros e acertos.
Outro medo muito forte é o da mudança, de ser diferente, de fazer diferente. E maior será o medo quanto maiores forem as referências externas. Depender de apoio dos outros é um prato cheio para o medo.
As empresas de seguro, aumentam os perigos externos, porque quanto mais a pessoa tiver medo, mais fácil é manipular para comprar a apólice de seguro. Quanto maior o foco no centro de si, menor será o medo, e quanto mais avançar apesar dos medos, mais confiança de fazer o diferente, e aos poucos vai trazendo uma segurança que aumenta a capacidade de vencer e também o poder sobre nós mesmos.
No centro o medo não existe.
Outro medo muito conhecido, é o medo do desconhecido, e não é somente o medo do desconhecimento de situações externas, e sim daquilo que desconheço dentro de mim e por esta razão me domina. Fugir daquilo que desconhece é se diminuir. O que faz uma pessoa recuar é a falta de confiança de que pode vencer.
O medo do desconhecido vem da falta de autoconhecimento pois quando a pessoa conhece suas reações e a capacidade de dominar as situações limites, o medo desaparece.
Todos estes medos tem origem no apego. As classes mais abastadas tem medo de perder aquilo que já conquistaram e por esta razão sofrem de um medo crônico. Os miseráveis são perigosos e afoitos, pois não tem nada a se apegar e porque não tem nada a perder.
O medo paralisante nos estaciona, nos envelhece, ao perder a esperança, a capacidade de aprender e de renovar, cedemos ao medo e envelhecemos por antecipação.
Quem não erra é porque não realiza
Mas a vida é pedagógica e tem o objetivo de oferecer ao ser humano a capacidade de crescimento através de problemas, de aprender a lidar com os medos, os “fracassos”, o desconhecido.
Dentro da visão filosófica não existe o fracasso absoluto, existe o erro, e quem não erra é porque nada realiza.
Viver não tem ensaio e para se autoconhecer, requer se jogar nas situações e relacionamentos. Um ermitão em uma ilha isolada é incapaz de avaliar a capacidade de aceitação, de paciência, de flexibilidade pois o conhecimento de si, aflora na relação, no contato com o outro.
Não adianta ler um livro, e sim reconhecer o medo e agir. Se ficar paralisada significa que o medo dominou e a solução é agir cobrando uma passagem para neutralizar o medo de viajar de avião. O medo se retrai e pode até se dissolver diante do enfrentamento
Como o medo é uma força da natureza, um instinto, um impulso que permite manter a vida, na própria origem do medo, está a capacidade de superação. É no próprio medo que vem a força de enfrentar o problema, e para descobrir o antídoto deve-se perguntar:
Porque o medo de enfrentar esta situação? E descobrindo as raízes internas, encontrará como transcender. O antídoto do medo está dentro de cada pessoa.
Para resolver o medo é preciso ir para o patamar de cima, pois a solução do problema está em um nível acima do qual foi criado. Isto requer uma melhoria interna ou seja, desenvolver capacidades: de se relacionar, de falar em público e muitas outras.
Buscar dentro de si recursos para solucionar uma situação de medo é uma forma de crescer. Resgatar capacidades novas, que ainda não foram utilizadas, é uma oportunidade de se expandir por dentro.
O medo vem pela insegurança, de sentir-se incapaz de ter poder sobre si mesmo. Acreditar em si e ter confiança é a chave para avançar apesar do medo.
Desde que nascemos a vida entrega novidades para que se possa desenvolver capacidades para dominar a realidade. Às vezes, por preguiça de pensar alimentamos a ideia de que o problema não tem solução, até que a vida coloca uma barreira no caminho, como uma oportunidade de crescimento e nos oferece a opção de potencializar as debilidades e estagnar ou, descobrir qualidades internas que nem sabia que tinha e crescer.
Elemento importante para vencer o medo é a AÇÃO e em segundo lugar a CORAGEM. Segundo Platão, coragem é seguir as vozes da razão independente da dor ou prazer. Quando se segue os princípios, o medo da dor e do sofrimento, ficam em segundo lugar.
O medo está no DNA como instinto de preservação, e por esta razão, está ligado ao egoísmo que torna a pessoa cada vez mais individualista e fechada em uma redoma com medo de sair de casa, de dirigir, de se expor, de ser ridicularizada, de ser traída pelo outro.
A solução é caminhar e fazer o que tem de ser feito apesar do medo. E acima de tudo, resgatar o amor. O amor é o sentimento que faz com que se rompam as barreiras que o medo trava. O medo primário cuida de nós, mas o amor cuida de todos. O amor este sentimento mais amplo que se conecta com o que é divino e que move todas as coisas, vai fazer com que a gente vença o instinto em nome de um valor maior, uma virtude humana. Além do instinto de preservação, o que deve dominar na vida dos seres humanos são os sonhos e os valores.
O medo não é para ser eliminado e sim apender a conviver com ele. O medo é positivo quando nos deixa atentos para perceber o perigo que ameaça o físico, psicológico e mental e aprender a reagir e crescer. Se o medo paralisa, ele é negativo. Podemos disser que o medo é uma realidade do ser humano e pode nos dominar e nos adoecer, ou pode ser trabalhado positivamente e nos ajudar a evoluir.
A fonte e a superação
A fonte do medo é o apego e a ignorância. Por exemplo, o medo de morrer é desconhecimento de que a consciência é imortal, e somente o corpo, esta vestimenta de carne e osso é temporário, a consciência é eterna. Quando sairmos desta dimensão terrena, continuaremos existindo em algum lugar. “Busque a verdade, e a verdade o libertará”.
Através de um processo de autoconhecimento, de observação imparcial perceba a diferença do medo instintivo, o medo real e o criado.
A consciência pode lhe livrar do medo criado, e estabelecer uma convivência pacífica com os medos instintivos. A chave da prisão é separar os medos criados dos medos necessários à autopreservação. Consciente dos medos é possível abrir caminho para a autoconfiança, a fé em si mesmo, o ingrediente indispensável de uma vida que vale a pena ser vivida.
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